Uma amiga nos convidou para passear em um trenzinho histórico. Por ser um pouco longe de onde morávamos, tínhamos que pernoitar na cidadezinha desconhecida.
Então minha amiga fez a reserva da hospedagem, pensando que ficava bem próxima à estação do trenzinho, na área urbana.
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Com tudo organizado, de manhã bem cedo pegamos a estrada (linda! paradisíaca!). Depois de horas, o GPS nos levou até umas ruas de chão, estreitas e desertas, com subidas e descidas íngremes, passando por alguns vilarejos ermos, campos imensos de plantação de uva e com vistas sempre encantadoras.
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Depois de tantos quilômetros de expectativa e às vezes até um pouquinho de medo, chegamos à hospedagem: uma casinha de pedra feita por pastores que séculos atrás pernoitavam ali para tocarem seus rebanhos. Ficava no alto de uma montanha, numa aldeia com menos de cem habitantes, sem restaurantes, sem bares.
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Talvez a gente jamais teria escolhido aquele cantinho lindo pra pernoitar se soubéssemos que era distante da estação do trem. Quando entramos na casinha, à nossa espera havia uma mesa com pães, bolos e geleias, tudo artesanal e fresco, uma lareira e um bilhetinho carinhoso da nossa anfitriã.
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Mas e daí? O que essa história tem a ver com a maternidade atípica?
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É que a maternidade atípica é assim. É como um passeio que você planejou dentro de um roteiro que todo mundo faz: pernoite numa pousada na cidade, perto dos principais pontos turísticos famosos, na zona urbana, com conforto e segurança; mas que, quando você se dá conta, está num caminho diferente do que imaginou e que a coloca frente a desafios, com subidas e descidas que dão frio na barriga e nos ensinam a crescer, a ter coragem. Ah e que nos coloca também diante de paisagens lindas!
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A maternidade atípica é uma viagem por caminhos que você provavelmente não escolheria, mas tão cheios de encantos quanto qualquer outro.
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É apenas uma viagem diferente.
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