“Onde tua criança não puder ser ela mesma, não te demores”. Li essa frase em um perfil**, parafraseando a Frida Khalo (“onde não puderes amar não te demores”) e a trouxe porque ela traduz muita coisa dentro da maternidade atípica.
Isso porque é comum para nós que os espaços não acolham as particularidades dos nossos filhos. São comuns os olhares de estranhamento para os stims*, para as ecolalias*, para as birras provenientes de um processamento sensorial diferente.
Essa frase nos sugere que não deixemos nossos filhos permanecerem nesses espaços de não-acolhimento. E eu entendo, acolho e concordo com essa afirmação, mas com uma ressalva.
Dependendo da idade, demorar-se ou não em um lugar inóspito para eles pode ser uma decisão deles próprios. E para nós – pais e mães – nos resta uma coisa a fazer: investir fortemente na construção da autoestima dos nossos filhos; tocando neles o amor próprio antes que cheguem os destruidores de ego. Temos que imprimir no coração e na mente dos nossos filhos a marca da sua potência, antes que cheguem as flechas do preconceito e do capacitismo.
Assim, quando alguém nesses espaços falar algo negativo sobre o modo de eles estarem nesse mundo, sua autoestima não será atingida, pois confiarão apenas no que já sabem sobre si mesmos. E quando alguém os desrespeitar, eles próprios saberão se devem permanecer ali e encarar a intolerância, ou se realmente é melhor que não se demorem.