Houve um tempo em que eu e meu irmão ficávamos bem juntinhos embrulhados de cobertor pra ver filmes na cama, nos dias frios. Lembro que um dia eu puxei bem a coberta e falei que era pro frio não entrar.

Houve um tempo em que eu e meu irmão ficávamos bem juntinhos embrulhados de cobertor pra ver filmes na cama, nos dias frios. Lembro que um dia eu puxei bem a coberta e falei que era pro frio não entrar.

Ele então me corrigiu com o que tinha aprendido na escola: que a gente não se cobria para o frio não entrar, mas pro calor do nosso corpo não sair.

Toda vez que sinto frio lembro da voz do meu irmão, novinho, quase criança, me resumindo sua aula de física.

Essa lógica serve pra tanta coisa, né? Já parou pra pensar?

Quanta coisa ruim – além de sentir frio – a gente pode evitar simplesmente não deixando nossa força sair de nós, mesmo que algo externo seja muito forte e venha em combate?

Por exemplo, quando a ira alheia vier e eu não deixar minha paz sair.

Quando o olhar julgador bater e eu não deixar minha confiança ser subtraída. Quando o medo atacar e eu não deixar minha motivação ir embora. E assim por diante…

Simplesmente tratar do que está dentro. Não perder o “calor”. Protegê-lo do frio que sempre nos ronda.

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